Metrô de BH – uma novela que já dura anos

por Alberto Rodrigues

Há poucos dias, os chineses mostraram ao mundo o quanto um governo pode ser eficiente na coordenação de uma obra e no cumprimento de prazos quando realmente quer.  Foram apenas quatro anos para construir a ponte Xinhua, a mais extensa do mundo erguida sobre o mar, que é  quase três vezes maior que a ponte Rio-Niterói. Enquanto isso, vergonhosamente, os belorizontinos esperam há 10 anos a construção de duas simples e necessárias linhas de metrô (as linhas 2 e 3)  na cidade.

De acordo com a matéria publicada pelo jornal Estado de Minas, ontem, além de muito atraso e dinheiro público jogado pelo ralo, boa parte dos “marcos com as indicações de por onde passariam novos trens foram perdidos, desenhos das duas rotas ficam mais perto de perder a validade e obras iniciadas em parte do ramal da linha 2 se deterioram com o tempo”.

Entre 2003 e 2006, o governo federal investiu R$ 158,7 milhões no metrô, mas parte dessa verba pode ter sido desperdiçada, uma vez que, hoje, a Superintendência de Trens Urbanos de Belo Horizonte (STU-BH) reconhece não saber mais onde as demarcações dos trajetos estão localizadas na cidade. Isso significa, por exemplo, que a quantia de R$ 15 milhões gasta na contratação da empresa paulista Enerconsult S.A para desenvolver esse trabalho, foi em vão. O que é um absurdo.

“O passo seguinte ao desenho dos traçados e instalação dos marcos seria a elaboração do projeto básico das duas rotas, mas o processo foi interrompido em 2004 por falta de recursos. Ao EM, a Superintendência de Trens Urbanos de BH informou que não pediu a instalação dos marcos, que teriam sido uma opção tecnológica da Enerconsult. Embora admita não saber se os marcos representam pontos onde deveriam ser construídas estações do metrô, o órgão sustenta que o “desaparecimento” de alguns marcos não compromete o resultado final do trabalho da Enerconsult, que concluiu o traçado das duas novas rotas. A avaliação é rebatida pelo engenheiro civil Márcio Aguiar, mestre em transportes e professor da Faculdade de Engenharia e Arquitetura da Universidade Fumec. Para ele, investimentos em novos estudos deverão ser necessários. “Trabalhos como esse perdem a validade, pois a demanda de passageiros aumenta com o passar dos anos”, analisou. ” Como a cidade passou por várias obras viárias, traçados podem ter que ser redefinidos”, alertou”, como mostra a reportagem.

Uma coisa que me deixa indignado é ver a ineficiência das obras no Brasil em relação ao empenho em prol das coisas públicas em outros países. Todos que têm a mínima noção do trânsito em BH sabem o quanto o metrô é uma obra extremamente importante para a cidade que está com suas vias saturadas com tantos veículos. Não é justo assistirmos a esse descaso e inércia frente a esse assunto.

A cada dia que passa, estamos mais perto da Copa das Confederações e da Copa do Mundo. Se hoje, o trânsito já fica congestionado em vários pontos da cidade em horários que não são de pico, imaginem como ele ficará na época desses eventos. O metrô é uma obra para ‘ontem’. Não podemos continuar esperando mais por ela.

Novo projeto de Alberto Rodrigues é aprovado na Câmara

O projeto de lei, de autoria do vereador Alberto Rodrigues, que prevê a fixação de cartazes nos estacionamentos privados para estimular a educação no trânsito, foi aprovado em primeiro turno, hoje, na Câmara dos Vereadores. 

“Num trânsito tão caótico como o nosso, um pouco a  mais de gentileza só fará bem à população, e as placas servirão para conscientizá-las de que tratar as pessoas bem só irá trazer benefício a todos”, explica Alberto.

Esse projeto ainda passará por uma nova votação na casa, no segundo turno, e só então será encaminhado para a sanção do prefeito.

Os desafios que Venda Nova ainda enfrenta

Venda Nova é uma região pela qual tenho um grande carinho. Foi lá onde trabalhei em  meu primeiro emprego, e é a região onde pessoas que me são queridas moram.

Às vésperas de completar 300 anos e com uma população de mais de 300 mil habitantes, Venda Nova ainda têm grandes problemas e carências. Há tempos a região sofre com o excesso de violência; falta de transporte público; de serviços de saúde; e precisa de revitalizações viárias.

Uma matéria publicada no jornal Hoje em Dia trouxe, por exemplo, que, embora seja necessário revitalizar a Rua Padre Pedro Pinto – a via mais importante de Venda Nova -, e a prefeitura de Belo Horizonte já tenha liberado R$ 104 mil para a elaboração do estudo de intervenções na rua, ainda não há previsão para o início da execução das obras. Falta o prefeito Márcio Lacerda dar a ordem de serviço. Enquanto isso, o trânsito permanece intenso e desorganizado, sendo motivo de justas queixas por parte da população.

O metrô que liga Venda Nova ao Bairro Eldorado já está saturado. A população sofre com vagões, que são poucos, totalmente lotados, parecendo latas de sardinha. Há anos que o governo federal não coloca um centavo para melhoria do metrô de Venda Nova, numa falta de respeito a esta população que labuta diariamente para manutenção de suas famílias. E enquanto alguns mandatários do governo falam de boca cheia sobre o trem-bala para servir a uma casta população, BH sofre tremendamente com um transporte que pode ser considerado um arremedo de metrô.

Além desses problemas, moradores e comerciantes enfrentam também assaltos em lojas localizadas nessa rua, e reclamam que o patrulhamento realizado pela Polícia Militar é precário.

O quadro da região é complicado, ela cresceu de forma desordenada e os equipamentos públicos não atendem mais às demandas da população. Diante disso, prestes a completar três séculos de existência, infelizmente, Venda Nova não tem muito que comemorar em termos de qualidade de serviços públicos para seus moradores.

Governo define obras de prioridade para Minas

O governo do estado definiu, na última sexta-feira, a “Matriz de Responsabilidade de Minas Gerais para a Copa”. O documento insere 117 obras e ações previstas para ainda este ano, com a participação de diversos órgãos, como Cemig; Copasa; BDMG; PBH e governo federal.

 Mineirão, Mineirinho e Estádio Independência terão prioridade para que estes equipamentos possam estar prontos para a Copa das Confederações.

 No entanto, acho que o Independência deve obrigatoriamente estar pronto até o fim deste ano para que Cruzeiro, Atlético e América possam jogar em janeiro de 2012, já que estes clubes estão sendo bastante prejudicados pelo fechamento simultâneo do Mineirão e Independência.

No setor de mobilidade, o documento informa como prioridade o projeto do sistema Bus Rapid Transit (BRT), que vai viabilizar a melhoria do trânsito, principalmente para as avenidas Antônio Carlos, Pedro I, Pedro II e Cristiano Machado.

 No entanto, temos que ficar atentos à execução destes projetos, cobrando, fiscalizando e informando a população o que realmente está acontecendo em BH, em termos de Copa do Mundo.

Teste de paciência na volta pra casa

Voltar para Belo Horizonte depois do feriado da Semana Santa e Tiradentes se tornou um teste de paciência para muita gente. Excesso de carros, trânsito lento e uma quantidade incrível de radares nas estradas foram alguns dos motivos que fizeram com que motoristas demorassem pelo menos 5h horas para ir de João Monlevade a BH, como foi o meu caso.

De fato, reconheço que devido a tanta lentidão no trânsito causada, sobretudo, pelos radares instalados, a quantidade de vítimas fatais, pelo menos, nas rodovias federais de Minas, foi menor do que no ano passado. Foram 22 mortes em 2011, contra 31 em 2010.

 Entretanto, essa morosidade me alerta para um outro problema. São em feriados como esse que percebemos como as estradas mineiras já não comportam o número de veículos que precisam trafegar por elas. E isso não é tudo. Se já está acontecendo problemas como esse agora com um simples feriado, imaginem o que ocorrerá durante a Copa.

 Não entendo como a BR-381 no trecho BH/Monlevade ainda não foi duplicada, uma medida que acabaria com esse “gargalo” no trânsito e prepararia a rodovia para receber a quantidade de turistas que estão previstos para o mundial de futebol, já que a capital mineira é uma das cidades-sede.

Em contrapartida, devemos considerar que esse problema que se tornou pequeno diante da interdição da ponte dessa mesma rodovia sobre o Rio das Velhas, em Sabará, no dia 20/04. Um incidente que colaborou – e muito – para o trânsito ficar completamente parado ainda na manhã de ontem no acesso à Região Central da Capital e bastante congestionado na BR-381, no sentido Espírito Santo-Minas Gerais.